quinta-feira, 25 de julho de 2013

Roteiro concluído - PARTE 2 de 4 - Uma pré-edição mental



Há uma vantagem quando se é, ao mesmo tempo, roteirista e diretor de um documentário. Ao acompanhar as gravações é possível analisar os conteúdos a medida em que eles surgem diante da câmera. Cada novo conteúdo pede um olhar sobre tudo o que já foi gravado, uma análise sobre como a nova informação dialoga e/ou entra em embate com o conjunto de dados já recolhido. O fato é que aquilo que virá a ser o roteiro de um documentário, começa a ser escrito no cérebro desse observador como um sistema de possibilidades, já que só poderá ganhar uma forma final depois que as gravações estiverem concluídas. Quando isto acontece, o diretor-roteirista examina e classifica todo o material captado e começa a "montar" o que, a princípio, parece um grande quebra-cabeças de imagens, sons e depoimentos. Neste caso a palavra "montar" parece apropriada pois, fazer um roteiro tendo em mãos a maior parte do material gravado, é como ter a possibilidade de visualizar mentalmente uma espécie de pré-edição, a medida em que os trechos de fala e imagem vão sendo selecionados, organizados e transcritos.
(Texto: Luiz Felipe Botelho / Foto: Quadros em cerâmica colorida de artesãos do Coletivo Mestre Noza)


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