Nas últimas décadas a cultura do Nordeste Brasileiro vem se transformando e se distanciando de um imaginário marcado pela pobreza econômica, paisagens áridas, religiosidade, coronéis, vaqueiros e cangaceiros. A face interiorana não é mais a dos romances regionais, mas a expressão de um diálogo fortuito com a sociedade de consumo globalizada, favorecido por tecnologias de comunicação cada vez mais acessíveis. Junto às marcas da tradição que ainda continuam fortes, na paisagem e na ação de muitos, emergem novos olhares, novas necessidades de expressão, uma cultura que se transforma.
A administração do Museu do Homem do Nordeste (Fundação Joaquim Nabuco [Fundaj]), atenta a essas transformações e seus impactos, criou o projeto Nordestes Emergentes com a finalidade de observar, registrar, analisar e trazer a público essa realidade. Entende-se que um museu que se propõe a mostrar a face dos que fazem essa região precisa contemplar o que ocorre no presente, até para que seja possível repensar o próprio passado e ter uma mínima noção do tipo de futuro que está sendo construído.
Para dar conta dessa proposta, equipes de antropólogos e fotógrafos viajarão em 2013 por dez áreas selecionadas, da Bahia ao Maranhão. A Massangana Multimídia Produções (MMP), núcleo audiovisual da Fundaj, documentará parte desse trabalho, focalizando, a princípio, o trabalho da equipe responsável pela região do Cariri, no Ceará, da qual foram selecionados os municípios de Crato, Juazeiro, Barbalha, Nova Olinda e Santana do Cariri.
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